O ano de 2012 não nos permite elaborar desafios muitos diferentes das intenções do ano que agora terminou. Tal evidência deve-se a que uma grande parte, senão a totalidade, das ações previstas não terem sido (ainda) concretizadas, nomeadamente no que se refere às propostas BASE e MIMUS(idades). Esta situação está diretamente relacionada com as dificuldades sentidas pelos responsáveis pela associação e pelas alterações no contexto social e económico da região e do país. O facto de se ter agudizado o clima de crise no sistema de apoios sociais do estado, reforçado pelas crescentes dificuldades económicas e financeiras dos vários organismos responsáveis pelo setor público de apoio ao desenvolvimento, contribuiu igualmente para acentuar estas dificuldades, que transitam agora para o ano de 2012.
Apesar de tudo, encontramos motivos para que o ano de 2012 transporte, em parte, um elemento novo e animador, que gostaríamos de associar à apresentação das restantes atividades, pese embora a maior parte delas transite diretamente do ano anterior. De facto, a proposta de doação, por parte de uma cidadã arrouquelense, de uma fração de terreno para construção da nossa sede, constitui motivo de satisfação e reconhecimento, que a devido tempo transitará para o espaço público. Trata-se de uma proposta que deverá sensibilizar os associados e motivar os responsáveis no sentido de se alcançarem formas de financiamento que permitam a construção de um espaço que permita edificar a sede da Salpiquete e, se possível, um espaço onde seja possível o apoio às suas iniciativas.
Muito embora não seja, para já, uma realidade concreta, pensamos tratar-se de uma proposta que deverá reforçar o papel e a ação da Salpiquete na busca de meios e de recursos para fazer face aos seus objetivos e às suas propostas, respeitando a vontade dos associados e as possibilidades dos responsáveis diretos pela sua gestão. É certo que iremos entrar no último ano do segundo ciclo da vida da associação, terminando o atual mandato no final do próximo ano. É por isso razoável ter em conta que estamos, de novo, perante uma realidade que apela à necessidade de assegurar a renovação dos seus corpos gerentes, garantindo, na medida do possível, a continuidade dos seus destinos e a realização dos seus fins.
Sabemos que estamos perante tempos difíceis e complexos. A nossa realidade não nos permite outro diagnóstico: o clima de austeridade que nos atinge cria, obviamente, dificuldades acrescidas em todas as áreas, mas muito especialmente nas que dependem do apoio e da intervenção pública, quer sejam pela via do financiamento, quer pela via da aceitação de novos acordos de cooperação. No entanto, gostaríamos de deixar bem claro que estamos cientes da nossa realidade. O caminho previsto incluía algumas das perspetivas com que nos confrontamos. Tal facto questiona a nossa ação e as disponibilidades individuais e coletivas, mas não retira uma virgula aos objetivos a que nos propusemos.
Ainda que estejamos perante um período de estagnação e aparente marasmo, nada nos impede de pensar o futuro da melhor forma possível, repetindo o que temos vindo a afirmar ao longo dos últimos anos: trata-se de uma caminhada longa e incerta, cujos desafios nem sempre se encaixam nas medidas das nossas possibilidades. Temos, sobretudo, um objetivo comum: contribuir para o desenvolvimento integrado e harmonioso da Freguesia de Arrouquelas, por todos os meios ao nosso alcance e, sempre que possível e conveniente, em colaboração com outras entidades, como forma de elevar a qualidade de vida dos seus cidadãos e assegurar a renovação do meio rural em que se insere.
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