A apresentação de um Plano de Actividades e respectivo orçamento é sempre um momento de responsabilidade e apreensão. Responsabilidade, porque se definem metas e actividades pelas quais somos directamente responsabilizados, no seu todo e em todas as circunstâncias. Apreensão, porque o ajustamento das intenções face aos efeitos que se pretendem atingir com a planificação, nem sempre está ao alcance das ideias e dos ideais que se propõem, enquanto projecto de trabalho. É, por isso, de acordo com a dimensão e exigência a que nos propomos, um documento que encerra sempre algum risco, embora se aceite de bom grado.
Para o ano de 2011, pretende-se introduzir, pela primeira vez, uma ligeira alteração no habitual funcionamento da Salpiquete. O motivo para esta ousadia prende-se com o facto de termos, enquanto responsáveis pelos seus destinos, plena consciência de que a associação foi constituída para desenvolver actividades no seio das questões de ordem social existentes na Freguesia, das quais se destacam os problemas inerentes ao envelhecimento da população, a sua dignificação através da resposta às necessidades de prestação de serviços de alimentação, higiene, medicação, entre outros. Em suma: entende-se que é chegado o momento de orientar a acção da Salpiquete para os objectivos que estiveram na sua origem, e remeter para um papel secundário as actividades de animação e lazer centradas na comunidade local (recriações, festejos, etc.).
Assim sendo, propomos com este plano ensaiar novos modos de intervenção social, relegando, para futuras oportunidades, as acções que têm sido centrais na vida da associação ao longo do últimos três anos. Não queremos, no entanto, dizer com isto que não se voltará à promoção deste tipo de actividades, bem pelo contrário, mas apenas reforçar a ideia de que a nossa missão é percorrer outro tipo de caminho, para retomar o nosso objectivo inicial.
Para 2011, as propostas da Salpiquete passarão pelo alargamento das possibilidades permitidas pelo meio envolvente, através da rentabilização das parcerias existentes com as outras associações locais, bem como com as entidades responsáveis pelo apoio social e comunitário (Câmara Municipal de Rio Maior, Junta de Freguesia de Arrouquelas, Rede Social do Concelho de Rio Maior, Comissão Social Inter-Freguesias de Arrouquelas, Assentiz e Ribeira de São João.
O principal objectivo passa(rá) assim pela criação de um leque de propostas de intervenção social, de acordo com duas áreas específicas (Convívio-Lazer e Apoio Social), que deverão funcionar como “banco de ensaio” para as actividades e serviços que se pretendem levar por diante num futuro próximo. A continuidade deste tipo de serviço dependerá assim do modo como, no terreno, formos capazes de implementar uma dinâmica de apoio ajustada e coerente, face às necessidades detectadas. Compete-nos agora dar início a uma nova etapa na vida da associação, sabendo que para levar por diante a tarefa necessitamos de meios e recursos, que ainda não possuímos mas que teremos que providenciar.
Quanto ao resto, continuaremos a trabalhar para o benefício dos nossos associados e da população da Freguesia de Arrouquelas, no aspectos que dizem respeito à sua dignidade e desenvolvimento social. O tempo o dirá se esta(re)mos à altura do(s) desafio(s).
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